As inaugurações da “Cidade Imaginária”, do escultor Charters de Almeida, e da exposição “Antevisão do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte”(MIAA), assinalaram o Dia da Cidade de Abrantes, a 14 de Junho, com as cerimónias a serem presididas pela SE da Cultura, Paula Fernandes dos Santos.
Elevada a cidade a 14 de Junho de 1906, as comemorações deste ano foram marcadas pela temática da cultura, com dois momentos que visaram posicionar Abrantes na rota dos grandes destinos culturais, científicos e pedagógicos.
Com a inauguração da escultura de Charters de Almeida, Abrantes entrou na rota das cidades imaginárias que o escultor tem espalhadas um pouco por todo o mundo, e que, neste caso, significa a conquista do rio pela cidade. A escultura tem numa das suas passagens dez datas significativas para a cidade de Abrantes, começando em 1147, data provável da integração de Abrantes nos territórios conquistados por D. Afonso Henriques e terminando em 2009, data da inauguração da “Cidade Imaginária: Portas e Passagens”. O Presidente da Assembleia Municipal sublinhou que “a arte e as manifestações artísticas fazem a humanidade evoluir”. Para Jorge Lacão, esta escultura vai “ajudar a educar o gosto, ser uma referência e um ponto de memória".
Outro dos momentos altos do Dia da Cidade foi a inauguração, no Museu D. Lopo de Almeida (Castelo) da Exposição de Antevisão do MIAA, uma mostra itinerante que representa o seu “primeiro grande acto promocional”. Trata-se de uma exposição que mostra uma pequena parte das peças da colecção Estrada, que vão constituir as colecções do futuro Museu, nomeadamente as que incluem peças muito importantes no contexto histórico e patrimonial do antigo espaço que hoje conhecemos como Península Ibérica, mas também peças da história grega, romana, fenícia e egípcia. A exposição, patente ao público até 25 de Outubro, apresenta ainda trabalhos das colecções da Pintora Maria Lucília Moita, do Escultor Charters de Almeida e da colecção da própria Câmara.
Com projecto do arquitecto Carrilho da Graça, já aprovado pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, o futuro Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes ocupará o Convento de S. Domingos, no centro histórico da cidade permitindo “uma afirmação cultural muito forte no contexto regional, nacional e internacional, além da criação de um grande centro cultural que complementará as várias funções do centro histórico, como as residenciais, administrativas e comerciais”, como salientou o Presidente da Câmara. Nelson de Carvalho afirmou que o MIAA será um Museu ”central” na região e que se “juntará a um conjunto de património edificado na orla da Grande Lisboa, que pretendemos efectuar ao nível da Rede Europeia de Museus”.
Para a SE da Cultura projectos como os que veio conhecer a Abrantes trazem uma “valorização” para a sociedade e uma relação “muito forte” com a cultura, a educação e a investigação. Para Paula Fernandes dos Santos grande parte destes projectos “só fazem sentido no pressuposto da sua própria sustentabilidade”.
Luís Oosterbeek, responsável pela coordenação científica, referiu que a constituição de uma equipa de investigação para estudar todas as peças que constituem o acervo do Museu, fará com que o MIAA seja, provavelmente, o Museu criado de raiz em Portugal com maior investigação de base alguma vez feita no país.
Fernanda Mendes
